ALEGRIA E TRABALHO

Descrição

A estética é uma área de estudo da Filosofia que se debruça a compreender o fenômeno da experiência artística ou da beleza. A beleza, desde Platão até o fim da Idade Moderna, sempre esteve relacionada com a dimensão metafísica, como um valor supremo existente no mundo das Ideias ou inscrito na natureza de um Deus bom, verdadeiro e belo. Com o advento da contemporaneidade, três sistemas de pensamento fizeram com que a experiência da arte caisse do seu lugar na abóbada celeste, pois, a própria abóbada celete passou a não mais ser considerada. Esses sistemas de pensamento, a saber, o relativismo nietzscheano, o materialismo marxista e a psicanálise freudiana, irão direcionar todo pensamento estético do século XX, influenciando diretamente no tipo de arte produzida pelos artistas, no modo de fruição do público e na opnião dos críticos. Neste sentido, a presente pesquisa buscou estabelecer o diálogo possível entre uma dessas correntes de pensamento contemporâneo sobre a arte, o marxismo, e o pensamento estético do teólogo cristão C. S. Lewis. Lançando mão da antiga tradição metafísica combinada a uma mística cristã por meio da beleza, temos em Lewis uma crítica sagaz e bem fundamentada contra as forças do pensamento que deram às costas ao papel espiritual da arte, e, consequentemente, da razão e da ética na experiência humana. Por outro lado, Lewis compartilha da crítica marxista sobre o esvaziamento do significado das obras de arte fruto da mercantilização e da Industria Cultural. Ao fim, esperamos ter extraído desta aproximação dialética as contribuições que a espiritualidade cristã refletida na obra de C. S. Lewis podem oferecer ao debate contemporâneo sobre a experiência artística.