Descrição
Esta pesquisa, de abordagem quanti-qualitativa e bibliográfica, tem como objeto de estudo ‘a abordagem da matemática inclusiva imersiva em dissertações e teses, desenvolvidas no período de 2000 a 2024’. Diante do objeto de análise, a tese que defendemos nesta pesquisa é a de que o alinhamento entre as tecnologias imersivas com os princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), enquanto uma abordagem promissora, contribui significativamente para que a matemática se torne uma disciplina acessível e inclusiva. Partindo do objeto de pesquisa e da tese proposta, o objetivo principal do presente estudo é analisar o alinhamento entre Tecnologias Imersivas e os princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), nas dissertações e teses realizadas no período de 2000 a 2024, no processo de ensino-aprendizagem da matemática para estudantes com e sem deficiência. O período analisado justifica-se pela consolidação da Educação Especial como modalidade transversal a partir do Decreto nº 3.298/1999. A coleta de dados foi realizada na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e em bibliotecas virtuais de programas de pós-graduação. Enquanto material de estudo, foram identificadas 27 dissertações que investigam o uso de tecnologias imersivas no processo de ensino-aprendizagem da matemática. A análise dessas pesquisas foi conduzida por meio da técnica de Análise de Conteúdo, seguindo a metodologia proposta por Bardin (2011), que compreende três fases: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. As categorias de análise incluíram objetivos gerais, aspectos metodológicos e principais resultados e considerações finais, com destaque para impactos na aprendizagem, contribuições para a inclusão e alinhamento com o DUA. Inicialmente foi evidenciado que as pesquisas selecionadas representam apenas 0,7% do total de estudos sobre Educação Matemática e 3,48% das investigações voltadas para Tecnologias na Educação Matemática. Nenhuma das investigações analisadas menciona o uso de tecnologias imersivas por estudantes com deficiência ou faz uso de um modelo inclusivo como o DUA, evidenciando uma lacuna significativa na literatura. Essa lacuna também destaca a necessidade de um modelo pedagógico estruturado, como o DUA, que possa orientar e subsidiar futuras investigações, garantido que essas investigações considerem a diversidade de estudantes. No entanto, mesmo sem a menção explícita a estudantes com deficiência, os resultados evidenciaram diversos benefícios do uso de tecnologias imersivas no ensino-aprendizagem da matemática, que podem contribuir para uma matemática significativa e inclusiva. Mas também foram identificados desafios significativos — como infraestrutura tecnológica inadequada, limitações de compatibilidade e estabilidade dos softwares, formação docente insuficiente e dificuldades no acesso e uso dos dispositivos pelos estudantes — que podem dificultar a implementação dessas tecnologias nas instituições de ensino, comprometendo sua acessibilidade e efetividade para todos os estudantes. Percebeu-se, então, que os estudantes com deficiência não têm sido efetivamente integrados ao processo de ensino-aprendizagem mediado pelas tecnologias imersivas, particularmente no campo da matemática, uma vez que as pesquisas selecionadas não evidenciaram, nem consideraram, em suas investigações de propostas pedagógicas, a utilização dessas ferramentas por estudantes com deficiência, o que compromete a equidade na educação.